Certezas de Mercado

Quando Deus menciona as profecias escatológicas nas escrituras sobre o final dos tempos, Ele usa a palavra “tempos” no plural. O curioso é que diante do que vivemos – frente a esta pandemia, um tempo se acabou e outro está nascendo, e as pessoas estão desapercebidas diante desse acontecimento.

Sabe-se que no plano espiritual esta analogia se encaixa perfeitamente, mas nesse momento quero direcionar esse texto para o mercado,

Numa bela manhã de março de 2020, 50 países fecham suas fronteiras e naquele momento eu ouço falar pela primeira vez na vida sobre a possibilidade de ocorrer o “Lockdown” em diversos países do mundo.

Sou consultor de negócios há mais de 6 anos, com formação e especialização na área, e pelas minhas análises, isso comprometeria seriamente a saúde financeira das empresas – até escrevi um texto intitulado “Medidas que podem matar mais que o coronavírus”, que está no meu feed das minhas redes socias em postagens anteriores a esta. Pois bem, no tocante à paralisação, ao fechamento dos negócios e o cerceamento do direito de ir e vir do ser humano, poderia levar a uma histórica crise financeira mundial, ou pelo menos era assim que desencabeçava minhas análises. Obviamente que era esperado uma intervenção financeira estatal, mas nem o Estado, esse gigante, leviatã, hobbesiano e opressor seria capaz de evitar uma eminente recessão financeira.

As grandes cidades fecham o comércio, cancelam os shows e lugares de aglomerações como shoppings, universidades e escolas estavam proibidos de funcionar. A vida que nós conhecemos, passou a ter um relacionamento amargo, anêmico e apático, com as medidas que se faziam necessárias. O isolamento tirou de nós o calor das relações, o sorriso das rodas de amigos em rolês aleatórios.

Em casa, o ser humano passou a adotar novos padrões de consumo, produtos antes considerados supérfluos ou de pouco uso, passou a ser essencial.

Os negócios aprenderam a fazer novos “negócios”, entre eles, aprenderam a vender pelos canais tecnológicos, pelas mídias e redes sociais, a comodidade, a segurança e a saúde dos consumidores tinham que ser atendida, aí o delivery passou a ser super-herói das farmácias, restaurantes, supermercados e de lojas de departamentos, que acreditem, mesmo com as portas fechadas não deixaram de funcionar, alguns até com faturamento maior.

O mercado que conseguiu inovar venceu com trancos e barrancos, os que possuíam no seu DNA empresarial a cultura de inovação, avisaram que poderiam fechar suas lojas físicas por até dois anos sem problemas nenhum, pois possuíam mecanismos de canais de venda online e planejamento de caixa para longo prazo.

No decorrer da história, já houve muitas mudanças na economia e nos negócios, mas nenhuma delas tão rápida e brutal como esta. O fim de um tempo, para o início de outro.

No fim, a única certeza que temos do mercado é que ele irá mudar constantemente.

Autor Ismael Basílio da Silva – Consultor de Empresas, CEO da empresa Barovi Consultoria & Investimentos, graduado em Ciências contábeis, especialista em direito tributário, gestão financeira e mercado financeiros de capitais. Professor nos cursos de ciências contábeis e administração, palestrante e comentarista de opinião em jornais e revista da área financeira.

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